PROVA E JULGAMENTO


Emmanuel & Francisco Cândido Xavier

Decerto que o Senhor nos terá advertido contra os riscos do julgamento, observando-nos a inclinação espontânea para projetar-nos em assuntos alheios.

Habitualmente, perante os nossos irmãos em experiências difíceis, estamos induzidos a imaginar neles o que sentimentos e pensamos acerca de nós próprios.

Encontramos determinada criatura acusada desse ou daquele delito; para logo, freqüentemente, passamos a mentalizar como teria sido a falta praticada, fantasiando minudências infelizes a fim de agravá-la, quando muitas vezes a pessoa indicada tudo promoveu de modo a poupar a suposta vítima, resistindo-lhe às provocações até as últimas conseqüências.

Surpreendemos irmãos considerados em desvalia moral; e de imediato, ao registrar-lhes o abatimento, ideamos quadros reprováveis de conduta sobre as telas de inquietude em que terão entrado, emprestando-lhes ao comportamento o comportamento talvez menos digno que teríamos adotado na problemática de ordem espiritual em que se acharam envoltos, quando, na maioria das ocasiões, são almas violadas por circunstâncias cruéis, à feição de aves desprevenidas, sob o laço do caçador.

Abstenhamo-nos de julgar os irmãos supostamente caídos.

O Senhor suscitou a formação de juízes na organização social do mundo para que esses magistrados estudem os processos em que nos tornemos possíveis de corrigenda ou segregação, conforme o grau de periculosidade que venhamos a apresentar na convivência uns com os outros.

Por outro lado, os princípios de causa e efeito dispõem da sua própria penalogia ante a Divina Justiça.

Cada qual de nós traz em si e consigo os resultados das próprias ações.

Ninguém foge às leis que asseguram a harmonia do Universo.

Diante dos companheiros que consideres transviados, auxilia-os quanto possas. E onde não consigas estender braços de apoio, silencia e ora por eles.

Todos somos alunos na grande escola da vida.

Consideremos que toda escola afere o valor dos ensinos professados em tempo justo de exame.

Os irmãos apontados à apreciação dos júris públicos são companheiros em prova.

Hoje será o dia deles, entretanto, é possível que amanhã o nosso também venha a chegar.



9 comentários:

Luís Eduardo Pirollo disse... [Responder Comentário]

Meu caro amigo Príncipe, boa noite!!!
Que maravilha de ensinamento este texto de Emmanuel psicografado por Chico Xavier. Nunca devemos prejulgar ninguém, pois com a mesma medida que julgarmos aos nossos irmãos também seremos julgados. Ninguém foge às Leis do Universo e não cabe a nós fazermos a justiça, antes devemos orar para o irmão em dificuldade.
Parabéns pela excelente mensagem, adorei!!!
Grande abraço e muita paz!!!

BLOGZOOM disse... [Responder Comentário]

Principe, este texto, para mim, é perfeito. Quando diz: "por outro lado, os princípios de causa e efeito dispõem da sua própria penalogia ante a Divina Justiça. Cada qual de nós traz em si e consigo os resultados das próprias ações."

Puxa, eu estaria pagando um preço tão alto por minhas proprias ações?! Será que não ver, não entender, não saber e ter medo de dar um basta seria tudo minha culpa?! Muitas vezes eu pensei que poderia ter caído fora, mas não sabia se era o certo ou o errado.

Eu reconheço que existe sim a Lei da Causa e Efeito. Cada um tem uma parcela de culpa do que não deu certo. Cada um é responsável pelas mudanças positivas de sua própria vida.

Bjs

Anônimo disse... [Responder Comentário]

Oi Príncipe! Achei este texto do Emmanuel que você nos trouxe, simplesmente perfeito! E concordo com ele sem querer alterar uma única vírgula.

Não nos cabe julgar. Não há garantias que aqueles que se sentem no direito de assumir o papel de juizes dos seus semelhantes no presente, não poderão ser os desafortunados réus do amanhã, sujeitos que ainda estamos, enquanto seres humanos, a toda série de imperfeições.

Não temos a visão do todo. Nada sabemos das trajetórias e motivos alheios. Desconhecemos a dor daquele que cometeu um erro grave e as consequências que terá que enfrentar.

E nem ao menos podemos ter certeza de que no lugar deles faríamos melhor. Então com que direito expulsamos a palavra compaixão do nosso vocabulário?

E com que pressa fazemos julgamentos, mesmo sem os menores subsídios e correndo o risco de nos enganarmos nas nossas avaliações muitas vezes irrefletidas e cometer injustiças.

Eu sempre fico perplexa com a nossa reação em certas situações onde alguém é preso e mesmo antes da condenação. Ela me remete ao Coliseu, com a arquibancada cheia e as pessoas comemorando...

Sempre me pergunto o que nos move: se é a nossa sede de justiça ou nossa sede de...sangue. Tenho até medo de pensar na resposta.

Se posso ficar satisfeita porque a impunidade não prosperou, jamais poderei me sentir feliz ao presenciar a tragédia de quem quer que seja, ainda que lhe tenha dado causa.

Adorei!

Abs

Denize

Valéria Braz disse... [Responder Comentário]

Oi Princípe, belo texto!
Temos que nos abster de julgar porque não conhecemos as raízes de muitas ações... No entanto, não podemos cair no erro de tudo achar que existe uma justificativa em ações do passado.
Todos erramos e devemos aprender com os erros, este é nossa maior missão!
Acredito que o maior perdão que posso dar ao meu semelhante é permitir que ele sofra as consequência de seus atos.
Beijo no coração

Artigos & Crônicas disse... [Responder Comentário]

Olá Príncipe,
Realmente acontece assim.
Qualquer deslize que possa sugerir um delito, nossos algozes já nos cruxificam, projetando-se com julgamentos fantasiosos, conforme a imaginação criativa de cada um.
Sentem prazer em atirar pedras. Mas cedo ou tarde, eles mesmos se tornam vidraças e acabarão sentindo o gosto amargo de serem julgados injustamente e sem oportunidade de defesa.
Deus nos deixou apenas o mandamento amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Fazendo isso já cumprimos a lei.
Obrigada por compartilhar texto tão excelente para reflexão.
Sonia Costa

OutrosEncantos disse... [Responder Comentário]

É verdade, não temos o direito de julgar ninguém, principalmente se nem nos demos ao cuidado de conversar, entender e tentar ajudar o "acusado".
Destrói-se gente sem dó nem piedade.
Muito bom esse texto.
Abraço.

Jackie Freitas disse... [Responder Comentário]

Olá Príncipe!
Como sempre, você soube selecionar um belo texto com mensagem oportuna e reflexiva.
Parabéns!
Grande beijo,
Jackie

Leila Franca disse... [Responder Comentário]

Oi Príncipe,

Eu acho que todo mundo julga o outro, mesmo que não expresse isso em palavras,mesmo sabendo que não deveria, porque a natureza humana é assim. Além do mais é muito fácil enxergar os erros dos outros do que os nossos próprios.

Causa e efeito existe mesmo. Tudo que fazemos ou deixamos de fazer é causa e ao mesmo tempo também é efeito de alguma outra coisa.

O termômetro é a nossa consciência. Enquanto estivermos nos sentindo em paz, está tudo certo.

Quebra Coco Surf disse... [Responder Comentário]

mandou bem nessa.

É tão fácil as pessoas sairem apontando, ofendendo, difamando sem nenhum motivo real aparente, que fica parecendo banalidade de quinta categoria.
Nunca o macaco enxerga o rabo que tem. Concorda?

Direi um exemplo: Duvido que se uma pessoa cai na rua, ou pede ajuda, quantas mão seráo estendidas. Mas para julgar, dedos demais aparecem para apontar.

E assim caminha essa humanidade que a cada dia está ficando deprimente e sem nenhum pingo de sensibilidade.

Se eu sinto raiva deles? Não! sinto uma palavra bem pior e pesada...Eu sinto, PENA.

Abçs

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