A INGRATIDÃO


Sob qualquer aspecto considerada, a ingratidão é sempre um estado de inferioridade daquele que a cultiva.
Resquício da barbárie, ela fere os sentimentos e estiola as promessas de desenvolvimento do bem nas almas frágeis que lhe sofrem o guante do primarismo.
O ingrato encontra-se enfermo, mascarando a doença com a rebeldia ou anestesiando-se nos vapores da fatuidade de que se reveste, para um posterior despertamento em situação lamentável de abandono e quebrantamento.
O egoísmo é, sem dúvida, o fomentador pérfido da ingratidão, desde que inspira merecimento quer a criatura não possui, mas exibe, perturbando-se na avaliação dos valores da personalidade.
Os que deixam seduzir pelas artimanhas dessa inferioridade latente, que deve ser vencida a penates de sacrifício, vigilância e ação correta na fraternidade, sabem conquistar favores para logo depois arrefecerem a gentileza sob a indiferença mórbida em que terminam por deixar-se intoxicar.
Há, no entanto, no esquema da ingratidão, uma forma que se faz mais brutal, caracterizada pela crueldades defluente da insensatez perversa: a dos filhos para com os pais!
A insolência do filho ingrato, que se atira sobre os pais indefesos que lhe sofrem a peçonha e a agressividade, é dos mais graves comprometimentos que o espírito encarnado assume para o futuro ressarcimento doloroso.
Arrojar na face dos genitores palavras de acusação e esbordoá-los com manoplas ígneas, constitui loucura em começo tomando curso para mais lamentáveis desequilíbrios.
A petulância e o atrevimento do filho ingrato, no desrespeito a quem lhe concedeu a forma física, o carinho, as horas insones como as da ansiedade durante os anos primeiros, ferem fundo, abrindo porém, os abismos em que mais tarde tombam esses desassisados.
Os filhos ingratos são o fruto doente da existência em que fracassam as esperanças deles próprios, porquanto, mesmo que triunfem na aparência, corroem-se na neurose interior de que se não conseguem libertar...
Pais sofridos e macerados por filhos ingratos, amai e orai mais por esses Espíritos doentes que se refugiaram no vosso coração, mediante formas que lhes emprestastes, e que eles não souberam valorizar.
A ingratidão que vos doam e por vós aceita sem mágoa nem rancor, será, mais tarde, a estrela polar do vosso caminho, quando vencido o trâmite carnal.
Prossegui confiantes e entregai-os, sem angústia, a Deus, Pai de todos nós, que, pacientemente nos tem esperado no curso dos milênios.

Livro: Otimismo
Joanna de Ângelis & Divaldo Franco



12 comentários:

DIVERSOS disse... [Responder Comentário]

Oi,
Princípe, amigo adorei o post, acho que a ingratidão e a inveja caminham lado a lado, precisamos avastá-los de nós e orar e muito para quem os cultiva tirá-los do coração.
Bjos e fica com Deus

Anônimo disse... [Responder Comentário]

Meu amigo Show de bola, dei uma lida correndo mas volto mais tarde para maior apreciação.
Gostei da parte dos filhos ingratos, eu vejo caras que tem pais maravilhosos e não dão valor. É fogo. Parabéns pela postagem e até apróxima.
Abraços do AlÊ.

hobbyblogclube disse... [Responder Comentário]

Olá, Príncipe!
Acho que a ingratidão sempre esteve presente (escondida) em pessoas falsas, que na verdade queriam apenas se aproveitar dum momento ou situação.
Abçs!
Rike.

OutrosEncantos disse... [Responder Comentário]

Ingratidão é das injustiças que muito doem.
A família, os amigos.
Príncipe, teu post tem muito de ensinamento, como aliás sempre têm, e é de facto uma chaga a violência de filhos contra pais, também essa injustiça acontece no reverso da medalha, por vezes. Disseste, o enfermo mascara a doença (ingratidão)..., por vezes a ingratidão é fruto de egoísmo de mal formação psicológica, por vezes pessoas vitimas de injustiça mascarada, reagem violentamente e também a isso chamam de ingratidão. Penso que este é um tema muito mais profundo do que parece, difícil de abordar assim, de animo leve, no entanto muito necessário lembra-lo, é um excelente tema para reflexão.
Obrigada pelo teu carinho lá no meu cantinho.
Beijinho amigo Principe.

Simone Anjos disse... [Responder Comentário]

Querido amigo,
Belo e sábio texto. Devemos ser gratos por tudo da vida, imagine quão gratos devemos ser com aqueles que são instrumentos do Senhor para a nossa existência terrena.
Beijos na sua nobre alma,

Mary Miranda disse... [Responder Comentário]

Verdade mesmo, Príncipe!

A ingratidão é um dos maiores defeitos que podemos ter.
Ela é uma pedra no caminho da evolução pois demonstra falta de amor e respeito para com os nossos semelhantes.
Esses ensinamentos são maravilhosos para reavaliarmos nossa caminhada aqui nessa esfera, esfera terrestre que não passa de mundo-escola diante de outros planetas...
Belo post, amigo!

Um abraço,
Mary :)

Penélope disse... [Responder Comentário]

Bela postagem...
A ingartidão não faz mal a quem recebe e sim a quem a pratica.
Gostei muito!
Um grande abraço

Unknown disse... [Responder Comentário]

Amigo Principe
Grande mensagem devemos sempre ser gratos.
Começando pelo nossa vida abençoada.
Excelente reflexão !
Beijos
Alba

RETIRO do ÉDEN disse... [Responder Comentário]

«A ingratidão que vos doam e por vós aceita sem mágoa nem rancor, será, mais tarde, a estrela polar do vosso caminho, quando vencido o trâmite carnal.»
É muito difícil... é para isso que cá estamos...para cultivarmos esse caminho...caso contrário estaríamos algures noutra dimensão!
Abraço
Mer

Greyce Kelly Cruz disse... [Responder Comentário]

confesso que as vezes eu sou muito ingrata...

Artigos & Crônicas disse... [Responder Comentário]

Excelente texto, Príncipe!
Geralmente o egoismo se manifesta quando se solicita ajuda, principalmente o tipo de ajuda que mexe no bolso.
Todos nós estamos sujeitos a esse tipo de mesquinharia. Precisamos sempre lembrar que, tudo que temos é terreno e vai ficar por aqui mesmo nesta vida.
Abraços.
Sonia Costa

Emilia Vaz disse... [Responder Comentário]

Taí uma coisa que eu não suporto:a ingratidão.Perdoo tudo menos ela.
Estou no seu rastro.Teu blog é tri legal,guri!
Bj no coração

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