OI LILI, MINHA VOVÓ DO CORAÇÃO

No mês de outubro de um ano qualquer, uma mulher deu a luz a um menino. Amamentou-o e ele foi crescendo e aprendeu a balbuciar “mamãe”, provavelmente uma de suas primeiras palavras a ter aprendido. Ele cresceu e entendeu que aquela mulher era sua mãe, e percebeu que seus avós e tios, todos os parentes dela a chamavam de “Lili”, era um apelido dado a ela talvez por seus pais, não sei ao certo. Interessante que, seu apelido nada tinha haver com seu verdadeiro nome, mas era assim que a chamavam “Lili”.
Lili sempre estava presente em sua vida, dando-lhe amor, proteção, carinho e muitas vezes seu sacrifício para que não lhe faltasse nada. Este menino cresceu, sempre com “Lili” ao seu lado, acompanhando todos seus passos até que um dia ela faltou, seu tempo, sua permanência junto dele , neste mundo havia terminado, e ela se foi. Ele ficou sem sua “Lili”, mas a vida tinha de continuar e ele tinha de seguir em frente, manco, pois estava sem sua “Lili”. A perda de sua “Lili” deixou sua alma muito triste, o vazio que habitava em seu coração nada, nada e ninguém poderia preencher, pois aquele espaço a ela “Lili” sempre pertenceria, e ele nunca mais pode ver “Lili”.
Alguns anos se passaram e fizeram aquele homem entender coisas da vida, por exemplo: o carinho, o querer bem, o ser educado, discreto, reservado, observador, e esses lhes deram a oportunidade de compreender determinadas atitudes que muitas vezes nos levam a uma grande emoção, quando descobrimos que, no meio de tantas pessoas com interesses tão distantes uns dos outros, encontramos pessoas que independente de suas dores, alegrias, tristezas e sonhos próprios, colocam-se com o coração aberto a praticar a bondade, o amor e a solidariedade.
Como num passe de mágica apareceu um anjo em sua vida, uma “Lili”, só que não era sua “Lili”, era outra “Lili”, a “Vovó Lili”.
Surgia esta pessoa num momento em que ele vivia uma verdadeira inquisição, onde surgiram vários pseus da verdade, querendo sua cabeça a qualquer preço. Brigaram, xingaram, fizeram de tudo para destruir sua estrada, e em meio a esta verdadeira caça surgiu a segunda “Lili”, com seus braços estendidos, pregando paz, amor, compreensão. Quase que em súplicas pedindo que cessassem aquela perseguição covarde na qual ele passava, pois naquela época poucos eram os que estavam ao seu lado verdadeiramente. “Vovó Lili” ali estava, dando-lhe palavras de conforto, carinho e amor, era o máximo que ela poderia fazer, tenho certeza que estava com seus braços abertos prontos para abraçá-lo, mas a distancia se fazia e era humanamente impossível que tal ato se concretizasse.
Este homem não é poeta, escritor, filósofo, pensador, intelectual, ele é apenas mais um na multidão que faz parte deste mundo, que vive sua vida, é amado por sua família, amigos dentre outros e especialmente pela “Vovó Lili”. Este homem sou eu que brinco de ser um Príncipe Encantado, mas tenho dentro de meu coração um verdadeiro amor pela Lili, “Vovó Lili”, a segunda “Lili” que Deus colocou com muito carinho em minha vida.
Obrigado minha Vovó preferida, que você continue sendo minha Vovó Lili por muitos e muitos anos.
Deixo essas palavras escritas como prova de minha gratidão e amor que tenho por ti, como disse nada sou, sou um Príncipe Encantado que vôo em meus próprios sonhos, e levo comigo todos aqueles que queiram sonhar. E sabe, o grande sonhador é aquele que sonha mesmo quando esta realizando algo assim como este momento mágico. Mas, mais importante do que tudo isso, é ter a certeza que fui amado e sou amado, pelas "Lilis" que graciosamente Deus me ofertou.


Assim nasceu um Príncipe Encantado...

Era noite sem luar
A floresta estava escura
E o Mago maldoso se postou a sondar
As criaturas que estavam a vagar
À procura de alguém para enfeitiçar.
Eis que surgiu um belo Príncipe
Em seu alvo cavalo a galopar
E num toque mágico traiçoeiro
Do furioso feiticeiro a lhe afagar
Transformou o jovem Príncipe
Num sapo desnudo a coaxar.
Nem o brilho da esperança
Nem a pureza de seu semblante
Nem a paz que habita seu ser
Nem o amor que emana de seu coração
Nada, nada conseguiu o Príncipe salvar.
Assim, o belo jovem foi seduzido
E no corpo desnudo e molhado do sapo
O Príncipe Encantado vive feliz em sua lagoa
Rodeado de amigos e sem qualquer mágoa
Espera um dia voltar a sentir
Bem nítida a ventania em seus cabelos
Os raios do sol em suas faces
Passear com a amada em seus castelos
Viver o sublime amor cativado
Deixar no passado a maldade do Mago
Transformando-a apenas num incerto lamento...
Beijos, com amor fraterno,
Vovó Lili


Tem uma música que minha Lili gostava e tenho certeza que Vovó Lili também vai gostar, diz assim:Um passarinho me ensinou Uma canção FelizE quando solitário estouMais triste do que triste souRecordo o que ele me ensinouUma canção que diz....
Bem é melhor ouvirmos a música